segunda-feira, 31 de agosto de 2009

o que ficou pra trás

"porque quem inventou a distância não sabia o que era saudade"

Saudade de uma tarde inteira no clube;
Saudade do som de uma cachoeira e da água gelada de uma nascente;
Saudade de um treino de futsal e de handball;
Saudade do galope de um cavalo e do cabelo chicoteando seu rosto com o vento;
Saudade de competições de judô;
Saudade das medalhas;
Saudade da velha escola e dos velhos professores;
Saudade de quando saudade não era uma palavra no meu vocabulário;
Saudade de quem eu tinha;
Saudade de quem eu era.

E nada faz sentido quando não se vive o que se quer. Preciso dizer que estou sem sentido agora?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Uma pausa literária

Alguns autores realmente não tem coração. Ou talvez tenham coração de mais. Depois de tantos livros que terminaram em lágrimas incrédulas, como se já não me bastassem, acabei de ler mais um. A menina que roubava livros a princípio me pareceu mais um daqueles livros de superação pós-guerra. Mas não, aliás, está bem longe disso.
UM AVISO
Para quem não leu, está lendo ou, por qualquer que seja o motivo, não quer saber agora o final da roubadora de livros, é com grande pesar que os aconselho: não leiam o restante desse post.
Desde o começo acompanhei a história de Liesel Meminger com o seguinte pensamento: "Ela já havia perdido o irmão, nunca mais veria a mãe e nem chegou a conhecer o pai, que era comunista. O que mais pode acontecer com aquela menina?". Garanto a todos que foi um erro. Na medida que me aproximava das páginas finais a Morte ia dando seus avisos; com antecedência nós, leitores, soubemos da morte de Rudy e, em seguida, de todos os habitantes da Rua Himmel. Um final feliz já não era minha expectativa.
Apesar de tudo nunca poderia imaginar minha reação. Depois de O diário de Anne Frank e O caçador de pipas jurei a mim mesma que os livros nunca mais me rancariam uma lágrima sequer. Mas minha promessa foi quebrada contra minha vontade. Sou muito ridícula por ter chorado no final? Quem já leu talvez responda que não, afinal, vocês tem que concordar, aquela menina sofreu de mais.
Então resolvi fazer uma ponte entre A menina que roubava livros, O diário de Anne Frank e O caçador de pipas. Acabei descobrindo que os três se tratavam da mesma coisa: guerras.
UM PEQUENO COMENTÁRIO
Eu, mais do que nunca, odeio guerras.
Liesel pode ser apenas uma personagem inventada, ao contrário de Anne, mas na segunda guerra, quantas Liesels não existiram? E no Afeganistão? Quantos Amirs e Hassans vivem por lá?
E então, depois de refletir um pouco, percebi que os autores não são sem coração ou sentimentais de mais... eles são realistas! Não se comoveu? Eu tenho uma explicação para isso: estamos acostumados a ver as desgraças apenas pela TV. É um fato.
Agora, com toda a certeza do mundo, afirmo: a raça humana é hipócrita!
"UMA ÚLTIMA NOTA DE SUA NARRADORA
Os seres humanos me assombram."

terça-feira, 18 de agosto de 2009

que comece a festa !

Depois do reinício de fato notei uma breve diferença e sinto que, finalmente, é pra melhor. Vejo as pessoas mais próximas, risos espontâneos mais frequentes e meus projetos, há tanto tempo estacionamos, mais uma vez em andamento.
Na escola, entre conversas paralelas e muuuito álcool gel (desculpe, eu tinha que comentar isso, rs), me sinto mais envolvida e minha preguiça parece ter finalmente me abandonado.
A rotina das tarefas continua sendo desanimadora, mas procuro pensar nelas como uma semente que logo me dará frutos. Os livros, como sempre, fazem parte do meu dia-a-dia, mas posso dizer que o número de páginas devoradas também tem aumentado.
E garanto a todos que esse meu pique repentino veio em boa hora, talvez um pouquinho tarde, mas não o suficiente pra me prejudicar. Aproveitarei o máximo disso até que o inevitável desânimo resolva dar as caras, mas não me entregarei a ele tão facilmente. Nunca me senti tão viva e não vou permitir que nada me faça ficar juntando poeira de novo. Como diz um amigo meu, que faço questão de mencionar, tudo é festa e essa, eu não deixarei que acabe!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Metamorfose

Talvez esse grande salto em minha vida seja insignificante aos olhos alheios. Pode levar algum tempo até que as pessoas de fato notem a diferença. O que eu mais quero agora é estar bem comigo mesma, e se isso significa rever alguns conceitos, eu o farei. Não tenho medo de mudar, pra ser sincera já faz algum tempo que quero isso, talvez eu tenha cansado de ser a medíocre lagarta.
Entrei no meu casulo. É preciso um momento solitário para que eu possa chegar a uma certeza. Peço, por favor, para que ninguém invada meu espaço. Hoje, mais do que nunca, ele é essencial.
Logo meu casulo se romperá e dele sairá uma linda borboleta. De asas grandes e escuras com desenhos azuis por toda a parte. E então, finalmente, poderei sentir o cheiro da verdadeira felicidade, um cheiro capaz arder os pulmões e despertar a mais adormecida sensação. A verei, tão distante, sorrindo pra mim. Voarei em seu encontro.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

" RINDO SE CASTIGA MAIS "

Seja qual for o motivo, sempre que alguma coisa dá errado recorremos às lágrimas. Sejam elas abafadas pelo travesseiro ou acompanhadas de soluços.
Mas então, de repente, elas começam a cair com mais frequência. Por quê??? Talvez porque mais coisas dêem errado, mais sonhos correm para longe e quem sabe mais quantos motivos.
E o que fazer?? Continuar fugindo para um canto e chorar sempre que as coisas não são como você queria?? Chegar na sua casa depois de uma manhã cansativa na escola e se trancar no quarto para esquecer do mundo?? Sair de final de semana com os amigos e encher a cara para afogar as mágoas?? Enfim, fugir dos problemas como o diabo foge da cruz?
Acho que não...

Depois de um tempo, pegamos ódio das pessoas que nos fizeram sofrer tanto.
Imaginamos um milhão de maneiras perversas de nos vingarmos de cada um. Mas nada como uma boa aula de literatura para apontar o caminho. Talvez o melhor deles...
Foi em um dia sem graça, até então, que um professor entrou na sala e escreveu na lousa:
"Rindo se castiga mais"
Então tudo ficou muito claro.

Eu podia me vingar das formas mais cruéis possíveis. Causar o mais irreversível dos traumas. Mas pra que ser tão baixa quanto meu oponente quando eu posso ser melhor, superior??
Foi naquele dia, naquela aula, naquele momento... que eu percebi que a maior das vinganças estava na minha face, esperando o momento certo de aparecer.
Então pra você, caro "amigo", dou o meu mais ilustre sorriso. Porque seu veneno não me atingiu e suas palavras não me abalaram. Ah! E obrigada... porque a cada vez que você me derrubava eu levantava mais forte. Graças a você, hoje sou imune a uma coisa chamada inveja.